sábado, 4 de maio de 2013

Balas Vs Tijolo e Pedras

     Por volta das 06:15 da manhã do dia 29 de abril, encontrava-me na sala de casa tentando localizar as chaves para abrir o portão e seguir meu caminho diário rumo ao trabalho.

     Normalmente, o silencio impera nesse horário, não apenas em casa como na própria passagem em que se encontra minha residência. Contudo, o silêncio foi emprenhado por gritos de socorro, por gritos de uma mulher em desespero. Minha vontade de localizar as chaves se tornou impressionantemente tão desesperadora quanto os gritos que rasgaram o silêncio daquela manhã.

     Após encontrar as chaves e estar praticamente abrindo os cadeados que selam os portões de casa, comecei a escutar disparos de arma de fogo. Um, dois disparos. E os gritos meio que se silenciaram. Ao conseguir abrir o portão, me deparo com uma moto atravessando a passagem com um homem com arma em punho e uma adolescente com o uniforme do Colégio Deodoro de Mendonça na garupa da moto. Pelo fato de ver o motoqueiro com arma em punho, fechei o portão e me escondi atrás de uma das colunas do pátio de casa. Ao perceber que o motoqueiro havia ido embora, sai de casa rumo à parada de ônibus, facilmente identificado como sendo o local do ocorrido pelo inicio de aglomeração de pessoas.

     Vizinhos aos montes começavam a sair de suas casas para colher informações. Detalhe, algumas das vizinhas, nem trocaram de roupa de dormir e, ainda, estavam com suas camisolas, a fim de obter o mais rápido possível a informação privilegiada para, provavelmente, repassar aos demais vizinhos e colegas de trabalho. Pois bem, serei o “vizinho” que repassarei as informações para o mundo virtual.

     Resumidamente... a vítima estava na parada de ônibus, aguardando sua condução quando de uma moto desceu uma adolescente com o uniforme do colégio Deodoro de Mendonça. Passado alguns segundo a mesma avançou por sobre a vítima anunciando o assalto. Aguerrida a vítima travou luta corporal ido ao chão com a jovem estudante criminosa. Nesse momento os gritos em busca de socorro começaram e um vizinho que passava naquele momento disparou em uma corrida na direção daquele embate. Nesse dado momento o motoqueiro puxou a arma da cintura o defensor vendo a arma, pegou alguns tijolos ainda presos por um reboco que estava no meio do caminho e lançou os mesmo no assaltante que disparou a primeira vez. Nenhum obteve acerto em seus ataques e passaram automaticamente para outra rodada.

     O defensor jogou-se e buscava pedras no chão para atacar o assaltante que, por sua vez, apontou e fez novo disparo. Novamente, nenhum dos homens obteve acerto em seus ataques. A criminosa estudante conseguiu se sair do embate que travava no chão com vitima e, subiu na garupa da moto e ambos fugiram.
Tudo foi extremamente rápido e, com toda a certeza,  demasiadamente duradouro para outros.

     Os bandidos foram ousados? Criativos? Ou incentivados? Isso mesmo... incentivados. Incentivados por todo esse lixo que vemos no dia a dia. Na impunidade e nos absurdos das mais diversas formas e locais... congresso, delegacias, judiciário, postos de atendimento de saúde, órgãos do governo independente de sua esfera. Essa conversa poderia ir longe... mas deixarei para outro momento.

     Vale ressaltar a coragem (ou loucura?) tanto da vitima quanto do seu defensor.

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